sábado, 3 de janeiro de 2009

Capitulo 2 " O amanhecer "

O dia já havia clareado o sol dos trópicos já estava alto no céu, eu acordara ansiosa devido à mudança, estava ensopada devido à correria do sonho da tarde anterior que novamente persistira pela noite, estava um pouco assustado com aquilo. Fiz minha higiene pessoal, fui até cozinha lá estava papai e mamãe com o café colocado sobre a mesa, me esperavam para que eu comesse. Fomos ao aeroporto, e eu agora embarcava para os Estado Unidos.
New York é realmente uma cidade incrível, quando desci no aeroporto já pude sentir o ar daquela cidade maravilhosa , apesar do clima temperado bem diferente do brasileiro, estava me sentindo bem. Logo que cheguei tomei um taxi direto para universidade, pela janela do carro, via aqueles arranhas céus, prédios enormes, um trânsito muito movimentado, uma cidade dos sonhos realmente.
Quando cheguei ao campus, fiquei admirada com a sua arquitetura, além de suas dimensões, o grande números de alunos que lá habitavam. Pedi auxilio a alguns estudantes que estavam para encontrar meu bloco do dormitório. Foi um longo caminho até encontrá-lo, mas gostei sendo tudo novo para mim poderia conhecer o lugar melhor.
Não havia muito luxo nos aposentos, mas era muito bem feito bate na porta, e minha colega abriu a porta, era uma típica jovem americana, tinham grandes olhos azuis, uma pele pálida, um cabelo comprido todo loiro que mais pareciam fios de sol, sua beleza era evidente.
_____ Pode entrar, nós seremos colegas de quarto como você percebeu. Ali está a sua cama e seu guarda-roupa, pode ficar à vontade.
_____ Seu nome é?
_____ Ah me desculpe, esqueci de me apresentar. Eu sou Stephani Valentino, e o seu?
_____ Sou Elizabeth batista Martin, muito prazer.
____ O prazer é meu, bem vou deixa - lá para que possa arrumar as suas coisas.

Desde muito jovem eras fluente na língua inglesa, e percebi que ela nem reparara minha nacionalidade, foi muito simpática. Percebi de cara, que ela não era de fazer perguntas, a achei simpática, apesar de se vestir como uma chefa de torcida, diferente dos filmes não parecia ser desprovida de inteligência ou malvada, gostei de seu jeito apesar de não termos nos conhecido ainda.
Arrumei minha cama e deitei-me, era confortável depois arrumei minhas roupas no guarda-roupa que não muito grande, mas que coube todas as minhas roupas, ao lado a via uma cômoda, assim como Estephani lá deixei meu laptop.
Estava um pouco cansada da viagem, e acabei por emendar o fim de tarde com a noite dormindo profundamente, só fui acordar pela manhã junto com o despertador. Já estava atrasada para o café, aula começaria em 40 minutos fui rapidamente ao refeitório, não havia muitos alunos por lá, isto me preocupou um pouco, mas me alimentei corretamente e corri até minha aula de história antiga.
Havia muitos alunos na sala a qual mais parecia um auditório, a turma devia ter uns 100 alunos, para o meu alivio o professor ainda não chegara, afinal não queria chegar atrasada em minha primeira aula. Sentei-me ao lado de um garoto muito bonito, não foi premeditado porque sentei aleatoriamente, entretanto gostei é sempre bom ter uma visão agradável perto.
O rapaz me olhou fixamente quando me sentava, tinha um cabelo castanho escuro quase chegando a preto, uma pele muito clara, um rosto encantador, olhos muito azuis, além disso, tinha um ar de lorde inglês, ele chamava muita atenção fisicamente. Eu não era de ter namorados, na escola foram poucos e passageiro era difícil me adaptar com as pessoas, assim tão próximas de mim. Eles não chegavam perto da beleza deste garoto , mas eram bem humorados e inteligentes.
Não sábio o que aquilo significava, mas aquele homem que estava ao meu lado me despertou a curiosidade, e até mesmo o interesse, além do corpo perfeito ele tinha algo misterioso, que me intrigava com uma amplitude assustadora. Logo começou a aula, desviei minha atenção daquela escultura grega e voltei – me a aula, afinal o meu objetivo em New York era estudar.
Várias aulas se passaram, excelência educacional que meu pai falara era comprovada aula após aula. Quando dei por mim já estava na hora do almoço, fui até refeitório lá havia muitas pessoas, me sentei ao lado de Estefani que assenou para mim logo que me viu chegar, quase como um ato de caridade, fiquei aliviada.
Minha impressão estava certa, ela era um chefe de torcida, estava trajando um uniforme que essas garotas usam, além de estar rodeada de garotos do time de futebol. Eles foram todos gentis comigo, ela estava ao lado de um rapaz, supus que fosse seu namorado, apesar de terem sido muito educados senti que definitivamente eles não se pareciam com os meus amigos, ria forçosamente das piadas e as meninas muito educadas eram semelhantes a bonecas delicadas.
____ Elizabeth você é de onde ?
____ Sou do Brasil , vocês conhecem ?
____ Eu somente sei que é o país do carnaval. Disse Estefani sorrindo.
____ È também a mulheres muito bonitas e são os melhores no futebol. Disse Edward namorado de estefani que lhe deu uns bons tapas.
___Tudo que disseram é veradade, pena que se fale somente disso aqui no exterior, mas é um país de muita beleza natural , de um povo solidário e inteligente , que convive e vence as dificuldades com muita alegria.
Todos nas mesa sorriram , eu falara a verade não gostava muito da imagem que o Brasil passa ao mundo , é muito estiriotipada , os governantes valorizam muito mais a mulher do que a cultura brasileira, que por sinal é riquissima. A conversa com os populares foi agradável, descobri que Estefani e Ana as lideres de torcida cursavam direito , vi que tinhamos semelhanças pelo gosto da história que também está presente em seu curso.
Quando me virei para atrás avistei o rapaz da sala de aula , ele estava ao lado de um garoto e uma garota muito bonitos também , estavam sentados em uma mesa pequena. Conversavam sem muito entusiasmo, olhei tão diretamente , que o seu colega percebeu e apontou para mim, envergonhada virei- me rapidamente.
____ Estefani quem são aqueles três a mesa esquerda.
____ Ah os bonitões , são Edmundo Franklin e Margareth Estenphil e Robert Phil.
____ E eles são legais?
____ Não sei , me parece que não gostam de manter muitas amizades. Ele reprovou o primeiro semestre , por causa de suas faltas , ninguém sabe para onde ele vai que faz com que neglegêncie com seus estudos.
_____ Um estranho , você não acha?
_____ Muito.... mas diga o que está achando da universidade ?
_____ A achei muito organizada , tem professores excelentes , gostei muito .
_____ Eu também adoro este lugar , já estou no sexto semestre e não enjuei de nada por aqui.
____ Nossa ! Você parece mais jovem ?
____ São os cremes.
____ Você precisa me emprestá-los . Disse dando um longo sorriso.

O nome do meu misterioso colega era Edmundo Franklin, as informações que consegui descobrir sobre sua vida , o tornou mais instigante . Porque um garoto que consegue entrar na faculadade faltaria as aulas ao ponto de perder o semestre? Quem seria ele ? Estas perguntas sem respostas , o transformou em meu passatempo favorito naquela cidade . No período vago da tarde aproveitei para conhecer a biblioteca, adorava passar horas na biblioteca do colégio, na faculadade não seria diferente , era um local calmo podia ler tranquilamente , além de ser um refúgio. Ela era bem equipada e organizada , muito grande e charmosa. Procurei pelos livros clássicos de shakespere , seus sonetos me encatavam , meu pai por muitos anos os lera antes de dormir para mim.
Enquanto procurava percebi que alguém do outro lado das pratileiras também procurava pelos mesmos livros , retirei um dos livros para espiar quem estava do outro lado , não conseguia reconhecer a fisinoimia da pessoa , me aproximei mais para ver melhor . Quando encaixei os olhos, uma mão segurava tocava minhas costas, virei para trás com um pulo de susto , era Edmundo que me chamava.
_____ Você me procurava? - Disse ele com um sorriso sarcástico , de quem pega uma criança fazendo arte.
_____ È eu estava.....Mas como chegou aqui tão rápido?
_____ São os reflexos .
_____ Super reflexos , é o que você quer dizer.
_____É o que você está dizendo , mas está procurando que obra de Shakespere ?
____ A , mas não estou conseguindo encontrar . Sabe onde está.
____ Bem aos seus olhos . - Ele pegou o livro rindo de minha péssima percepção.
____ Nossa estava bem ai , acho que estou um pouco aérea com a mudança. A nem perguntei o seu nome ainda , e olha que somos colegas de classe . Como você se chama?
____ Eu sou Edmundo Franklin , o prazer é meu . – Disse ele curavando –se a mim , estava amando conhece-lo , a cada palavra que saía de sua boca , o tornava mais encantador.
____ E eu sou ...
____ Elizabeth Batista Martin veio do Brasil a New York para fazer faculdade , não é mesmo? - Neste momento ele sorria como antes, eu tinha tomado um susto quando me interropeu.
____ Sim , está certo mas como sabe disso ? – estava intrigada .
____ As noticias correm rápido por aqui , além disso você almoça com uma lider de torcida.
____ É muito rápido mesmo , e o que está achando da universidade ?
____ Na verdade já estou aqui algum tempo , reprovei o primeiro devidop alguns problemas com falta.
____ E porque faltou tanto a ponto de ser reprovado?

_____ Um dia te contarei . – Disse ele sorrindo novamente.
____ A me desculpe não queria ser indelicada , a curiosidade faz com que me exceda as vezes.
____Não a problema algum , todo gênio é curioso .
­­­____ Pena que o contrário não é regra. – agora estava mais calma , ele era tão simpático passava uma segurançaenquanto falava .
____ O Brasil é um país maravilhoso , já estive lá porque você deixou aquele paraíso ?
____ Realmente o Brasil é um país incrivel , mas alegria do paraíso não está nele mais na sua conquista , eu gosto do desafio.
____ Você é louca , alguém já te disse isso ?
____ De louco e médico todos temos um pouco , assim que se diz a sabedoria popular .
____ È verdade . Mas bem agora tenho de ir , adorei te conhecer .
____ Até mais .
Edmundo me encantou , a imagem de seu sorriso reproduzia-se obsessivamente , tentei apagar aquela imagem , afinal ele era apenas um rapaz qualquer . Eu repetia isso muitas vezes para mim mesma , porque estava tão eufórica com uma simples conversa , não havia nada demais naquilo . Mas a perfeição daquele homem era envolvente , sua beleza clássica , seus getos rápidos , a boa articulação na fala e a educação européia me deixaram fora de mim.
Caminhei até meu quarta ainda sob o efeito da conversa anterior, nunca tinha me sentindo daquela forma , como se estivesse enfeitiçada ou envolvida pelo ópio . De palpitações no coração a risos sem explicação , entretando estava alegre e isso era o importante . Passei o resto da tarde lendo e estudando não queria ficar para trás dos demais alunos , além disso os estudos sempre foram um prazer para mim. Quando percebi já estava entardecendo, fui ao meu quarto mandar um email aos meus pais que já deviam estar preocupados por ainda não ter mandado noticias.
Elizabeth : Mamãe e Papai como estão ? Por aqui está tudo bem , o vôo foi ótimo sem turbulencias , quando chegei encontrei rapidamente a universiadade. Assim como disseram há excelentes professores e ótimas instalações , estou acompanhando bem as aulas . Apesar de estar longe de vocês , estou muito feliz em estar aqui , adorei os colegas , e vejam só minha colega de quarto é uma lider de torcida. ela foi muito educada comigo e me parece que incrivelmente seremos boas amigas , mesmo com as claras diferenças .
Amo vocês , saudades s2.
Elizabeth Batista Martin



Enquanto enviava o email , a parece uma subita mensagem em meu computador , “VOCÊ IRAR PAGAR ELIZABETH”, tentei desesperadamente ver se encontrava o remetente daquele texto , e nada encontrei .Meu coração agora palpitava de medo , a porta abriu rapidamente quando aproximei meus olhos era apenas Estefani se despedindo aos beijos com Edward, o alivio foi imediato , aquilo que estava acontecendo comigo não era normal , pensei em contar para meus pais, mas não queria lhes trazer preocupações , além disso eles colocariam a policia e não estava a fim de voltar para casa . Voltei o computador para desfarçar o susto quando Estefani entrou no quarto.
_____ Oi ! Está enviando emails a familia ?
_____ Sim , para meus pais eles já deviam estar preocupados , desde que cheguei aqui ainda não tinha mandado um sinal de vida.
____ E sse idioma é diferente , se assemelha ao espanhol.
____ É o espanhol e o português possuem algumas semelhanças , a origem latina contribui para isso.
____ Um latim esse conheço muito bem , não aguento mais quase um semestre inteiro tentando o estudando .
____ Mas vou me aprontar para o jantar .
___ A sim , só vou terminar de enviar e também irei .

Capitulo 1 "Últimos instantes"

O despertador tocou, eram seis horas da manhã e eu acordava cedo de uma longa noite de sono, era meu ultimo dia no Brasil, morava em Copacabana , num prédio que dava de frente para aquela maravilha de praia que o bairro contornava, queria aproveitar o dia como nunca.
Após sentir o resquício de brisa que batia em meu rosto, fui ao banheiro joguei água em meu rosto, e de repente já sentia falta daquele lugar onde havia vivido desde minha infância. Iria morar em New York para cursar história, meu pai era americano, e sempre falara das universidades dos EUA, de sua excelência educacional e dos competentes professores que esta dispunha, minha mãe concordava, mas como uma boa brasileira dizia que o nosso sistema de ensino superior brasileiro apesar da dificuldade, oferecia excelente cursos.
No entanto, queria mudar não alguma coisa me empurrava para aquele país, não sabia se era pela familiaridade por estar lá na maioria das minhas férias ou se uma curiosidade daquelas insaciáveis, mesmo sem entender o motivo para lá estava indo.
Minha família era pequena, meus avôs tantos paternos quanto maternos nunca os conheci, morreram antes de minha existência, meu pai Frederick Martin filho único, criado no Texas viera ao Brasil estudar as doenças tropicais, para uma tese de mestrado em medicina e nunca mais fora embora. Um homem muito engraçado que ainda carregava o sotaque da fonética fechada do inglês, culto e cômico uma fusão brilhante que enchia nossa casa de alegria. Além de muito bonito assim como minha mãe, tinha um corpo atlético e em nada apresentava os seus 46 anos, um rosto pálido e olhos verdes, lhe davam um aspecto europeu,
Ele amava minha mãe, Antonela Batista Martin, uma negra de extrema beleza, uma médica brilhante, a paixão pela medicina uniu este casal, que enfrentou muitos preconceitos, até mesmo no meio acadêmico, entretanto nada disso os separou , gozavam de quem os caluniavam e mantinham-se felizes com sua vida e casamento.
Eu me orgulhava de minha família, queria sair pelo mundo e encontrar algo que me completa-se assim como eles encontraram. Depois de me higienizar fui à cozinha lá estavam meus pais para um ultimo café-da-manhã, eles me olhavam com saudade, lágrimas escorriam entre o sorriso de minha mãe. Meu pai também me admirava com emoção, na verdade nos todos estávamos extremamente sensíveis com minha partida.
____ Essa casa não será mais a mesma, sem você querida. É como se uma parte de nós estivesse partindo para longe, a nós iremos sentir muito sua falta, minha linda Elizabeth Batista Martin. Disse meu pai com lágrimas nos olhos.
____Oh Querido, não deixe isso parecer um velório, minha filha amo muito você, sua falta será recompensada pelo seu sucesso, ou melhor, pela sua felicidade.
Neste momento eu já estava aos plantos, choraram como nunca, a ficha da mudança parecia caía naquele momento, eles caminharam até mim, e demos um longo abraço em família. Parecia que toda minha vida passava como filme em minha mente, o sorriso de Antonela e a gargalhada extravagante de Frederick, me vinham com Constancia.
____ Agora chega de choro, agora temos que ir para o hospital, as pessoas não espera despedidas para ficarem doentes. Elizabeth pegue uma praia, aproveite os seus últimos instantes como moradora do Rio de Janeiro.
Mamãe sempre fora mais forte com as emoções, papai é uma manteiga derretida assim como sabe encaixar as piadas, não agüenta um momento melancólico. Eu agora os via indo para o trabalho, secava as lágrimas e pegava o elevador, o porteiro seu Zé diariamente me dava um longo sorriso e hoje não era diferente.
Ao caminhar pelo famoso calçadão de Ipanema, observava as pessoas vestidas em seus trajes esportivos ou de banho, que desfilavam de um lado para o outro exibindo a sagacidade brasileira. Em um ponto da caminhada, tive uma sensação ruim como se eu estivesse sendo observada, alguém estava me seguindo. Foi quando senti um longo arrepio pela espinha, de uma forma inexplicável aquilo não parecia nada humano, tentei abandonar a sensação fui em direção ao mar, só me senti tranqüila ao mergulhar sobre mar .
Quando sai da água cheguei rapidamente em casa, minhas pernas pareciam se movimentar sozinhas , quando notei já estava abrindo a porta do apartamento , entrou apressado e vi as janelas abertas ao fechar senti um vento gélido entrar por ela, como um bafo de medo aquilo atravessou minhas narinas e atingiu meu pulmão, a sensação de outrora voltara fortalecida. De repente o telefone toca, parecia um choque de realidade, atendi era Mônica me dando adeus novamente para minha partida.
Ela era uma das poucas amizades que tinha, apesar de ser bastante comunicativa nunca colecionei amizades, talvez fosse pelo meu jeito solitário, ou pelos meus ideais que assustavam minhas colegas. Na infância enquanto as meninas do meu prédio brincavam de bonecas, eu montava quebra-cabeças do corpo humano, presente de meu pai é claro, era estranho para as outras crianças me ver montando um intestino ou um encéfalo, não posso negar que era divertia mais das caras assustados de meus vizinhos do que do próprio jogo.
Na escola era muito elogiada pela minha excelente notas e dedicação em meus estudos. A maioria de meus professores se tornou amigos com o tempo, isto não é uma boa forma de construir uma imagem popular na escola. Isto me afetava um pouco no convívio com os demais, entretanto não me deixava triste.
Além dos elogios que recebido pelos estudos, todos exclamavam minha beleza, dizendo que a minha pele negra com meus os olho verdes aliados com meus cabelos lisos e compridos, me davam uma imagem incomum, me chamavam às vezes até para fotografar. Mas eu não aceitava e nem me achava tão bonita para ser uma garota propaganda do que fosse, acho que também isso não se adequaria a minha personalidade.
Depois de atender o telefonema, percebi que o tempo passou muito rápido e já estava na hora do almoço. Como de costume almoçava sozinha, afinal era filha de médicos, e para completar não gostava nem um pouco de cozinhar. Então liguei para o restaurante e pedi minha comida preferida, lasanha e estrogonofe, apesar de ser magra adorava saborear um bom almoço.
Alguns minutos depois do pedido, o porteiro avisou que o entregador do restaurante estava na portaria e pedi que o deixasse subi. Ouvi as batidas na porta, peguei um dinheiro para pagar o almoço , quando abri a porta lá estava o entregador que me olhava fixamente quando os seus olhos pretos ficaram azuis , aquilo me assustou tanto quanto o frio da janela que se abriu novamente.
Quando olhei para seus olhos mais uma vez, eles estavam pretos como anteriormente, ele continuava com um olhar fixo, mas agora exibia um sorriso sarcástico em seu rosto. Era alto, branco e de via ter menos de 25 anos, muito bonito e com um ar elegância mesmo com o uniforme simples e laranja do restaurante.
____ Seus olhos.....
____Aqui está seu pedido, são 22 reais senhorita.
Ele me interrompeu, dei o dinheiro e não consegui perguntar o que havia ocorrido com seus olhos naquele momento. Ao virar a costa para colocar a comida na mesa, o misterioso entregador já sumira como acetona no sol fechou a porta e almocei.
A comida alcançava meu estômago com dificuldade , não conseguia mastigar o alimento como deveria, ficava tentando achar uma explicação para o que havia acontecido há poucos minutos, quem seria ele? Ou melhor, o que seria ele? Uma coisa, um espírito, um duende. As únicas explicações lógicas que encontrei era que poderia ser um reflexo da janela ou eu estava ficando maluca de vez.
Depois de almoçar, fui ao banheiro e me sentei na sala para assistir televisão, para tentar esquecer o ocorrido, acabei adormecendo e sonhando. No sonho eu corria muito de algo que estava atrás de mim, tinha a mesma sensação daqueles olhos me seguindo no calçadão, parecia sobrenatural. O lugar não era o mesmo, lá parecia fazer frio, então logo constatei que não se tratava do Rio de janeiro, também não conseguia identificar, mas estranhamente me sentia familiar naquele local. No instante em que olhei para trás para ver o que estava querendo me pegar acordei, meus haviam chegado e minha mãe me chamava.
_____ Querida acorde, você deve ter dormido a tarde toda, não é mesmo?
_____ Acho que sim assistia TV, e acabei caindo no sono, mas também depois de todas as coisas estranhas que aconteceram hoje.
_____ O que houve filha?
_____ Nada de muita importância, eu vou tomar um banho, ainda vamos jantar fora?
_____ Ah! Claro foi para isso que a acordei, vou comer algo e me aprontar para irmos.
Mamãe me deu um beijo e ambas fomos nos aprontar, eu tomei um longo banho estava suada o sonho havia me impressionado, aquelas coisas estranhas que estavam acontecendo comigo pareciam avisos ou ameaças. Tudo isso parecia loucura demais para mim, olhei para meu guarda-roupa peguei um vestido preto que caia muito bem em meu corpo o vesti , usei secador no cabelo, passei uma maquiagem e por fim coloquei minha sandália. Estava pronta para ir jantar, caminhei para a janela e fiquei admirando como nunca a vista maravilhosa que eu meu quarto oferecia , sentiria muita falta de tudo aquilo. Minha entrou no quarto e me viu olhando pela janela.
____ O Rio não será o mesmo sem você Beth, pode de ter certeza.
_____ Eu também não serei a mesma sem ele.
_____ Então vamos acabar com essa cena triste, e vamos nos divertir.
Na sala estava meu pai, com o sorriso de sempre me esperando para ir, abriu a porta para nós com o cavalheirismo de sua personalidade. Descemos, meu pai ligou o seu lindo volvo preto, jantamos , damos boas risadas, algumas lágrimas foram inevitáveis. Chegamos e fomos descansar, pois a manhã seria minha partida.